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Prevenção ao câncer de útero é negligenciada por 70% das brasileiras, diz fundação

Apesar dos baixos índices de prevenção, os exames são disponibilizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Sete em cada dez brasileiras negligenciam as práticas necessárias para a prevenção contra o câncer do colo do útero. É o que aponta um levantamento inédito feito pela Fundação do Câncer, divulgado nesta quinta-feira (3), coordenado pela União Internacional para o Controle do Câncer (UICC).

A doença é responsável pela morte de mais de seis mil mulheres por ano no Brasil. No mundo, anualmente, são 331 mil vítimas. O Dia Mundial do Câncer é celebrado nesta sexta-feira (4). A análise da fundação mostra que 45% das entrevistadas no Brasil achavam “desnecessário” o teste para a detecção de HPV, maior causador do câncer de útero. Outras 15% falam que “não foram orientadas” sobre os procedimentos, enquanto 13% relataram sentir vergonha de realizar o exame. Ao todo, foram ouvidas 54.617 mulheres, entre 14 e 83 anos.

“Nós trabalhamos com três etapas em relação aos procedimentos preventivos do câncer. O primeiro é o conhecimento. As pessoas precisam conhecer os tratamentos necessários. Em segundo lugar, essa população precisa entender que as práticas são importantes para a saúde. Por fim, as mulheres precisam fazer os exames necessários”, disse a médica da Fundação do Câncer, Flávia de Miranda Correia, à CNN.

Os exames preventivos contra o câncer de útero e a vacinação contra HPV são disponibilizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Apesar disso, somente 57% das meninas brasileiras estão totalmente imunizadas. Para o diretor-executivo da Fundação do Câncer, Luiz Augusto Maltoni, o resultado está diretamente ligado à desinformação.

“É algo inaceitável, já que a vacina e o exame preventivo, que ajudam a evitar a doença, estão disponíveis gratuitamente no SUS. Isso mostra uma desigualdade extrema e injusta, que está ligada à desinformação no país. Nossa ideia com esse levantamento é mostrar que políticas preventivas podem mitigar o cenário de adoecimento e morte, especialmente quando já existem alternativas eficazes para prevenção”, afirma Maltoni.

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