A representatividade feminina é uma busca constante em nossa sociedade
Ainda há muito para ser feito visando uma participação efetiva das mulheres nos espaços pertencentes a elas.
Ao longo dos śeculos, a representatividade feminina em muitos setores da sociedade sempre foi “malvista” ou “substituída” em muitos dos casos. As mulheres foram excluídas de muitas atividades em que somente os homens eram designados a fazer ou como eram tidos pelos próprios: “feito para eles”. Mas esse cenário passou a mudar ao longo das últimas décadas, mesmo que ainda bastante atrasado e totalmente desproporcional quando falamos em igualdade.
Apesar dos movimentos feministas, outrora, por exemplo, lutarem pela reivindicação do direito ao voto, pelo poder de se candidatar a cargos políticos e pela igualdade de gênero, de maneira a conquistar voz ativa nos espaços de influência, esse cenário ainda é limitado e hostil.
Outro ponto que também assusta são os números da cultura violenta e exacerbada brasileira quando falamos em violência de gênero. Ações são feitas diariamente no sentido de que precisa ser erradicada, proporcionando um ambiente seguro para que mulheres expressem suas opiniões sem medo de retaliações, a exemplo do que vem acontecendo em muitas Casas Legislativas por todo o nosso país.
Lei Maria da Penha completa 18 anos
A Lei Maria da Penha completou 18 anos no último dia 7 de agosto. Mas a realidade da sociedade brasileira ainda está longe dos números ideais. Segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, no ano passado a Justiça recebeu 663.704 pedidos de medidas protetivas, dos quais 540.255 (81%) foram concedidos. Em 2022, a Justiça havia recebido 547.201, dos quais 426.297 (78%) foram deferidos.
A representatividade feminina na política
Ainda que de maneira tímida, a mulher ainda se sente menos representada dentro dos Três Poderes (Legislativo, Executivo e Judiciário). Para se ter uma ideia, nas eleições de 2022, das 27 vagas disponíveis no Senado, apenas quatro senadoras foram eleitas.
Historiadores apontam que a luta das mulheres por mais espaço na política aconteceu antes mesmo da Proclamação da República em 1889. De lá para cá, são símbolos dessa histórica demanda a educadora Leolinda de Figueiredo Daltro, que mobilizou mulheres pelo direito ao voto; Celina Guimarães Viana, a primeira mulher a se alistar para votar em abril de 1928; e Bertha Lutz, conhecida como a maior líder dos direitos políticos das brasileiras. No Senado, também fizeram história Eunice Michilis, a primeira mulher a ocupar uma cadeira na Casa, representando o Amazonas, e Laélia de Alcântara, a primeira senadora negra a ocupar uma vaga, pelo Acre.
A representatividade feminina no trabalho
Os impactos da mulher no mercado de trabalho têm resultados econômicos substanciais, contribuindo significativamente para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e para a redução das disparidades salariais entre gêneros.
Estudos da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e do Fundo Monetário Internacional (FMI) apontam que políticas públicas voltadas para a inclusão feminina no mercado de trabalho podem gerar efeitos positivos consideráveis na economia, como o aumento dos rendimentos das mulheres, que, por sua vez, estimula a demanda por serviços e sustenta o crescimento e o emprego.
Os desafios da mulher no mercado de trabalho, atualmente, são significativos. As taxas de desemprego são mais elevadas entre as mulheres, os salários são mais baixos que dos homens e o emprego feminino é altamente concentrado em determinados setores e ocupações. A desigualdade salarial, por exemplo, é um dos desafios mais persistentes da mulher no mercado de trabalho.
As mulheres brasileiras recebem, em média, 20% a menos que os homens, mesmo quando possuem ensino superior e exercem a mesma função. Esse cenário é ainda mais grave para as mulheres negras, que recebem cerca de 44,4% da renda média dos homens brancos. Além de ganhar menos, a mulher é significativamente menos representada em cargos de liderança, evidenciando uma barreira significativa à ascensão profissional das mulheres.
*Leonardo Melo é jornalista, trabalhou em agências de Comunicação e na imprensa tradicional. Tem experiência no setor público e privado com ações dentro e fora do país. Atualmente é assessor de imprensa na Secretaria Municipal de Defesa Social de Contagem-MG.
"Reprodução Pixabay". O Pixabay é um site gratuito de imagens
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