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  • Estudo: divulgação não autorizada de imagens íntimas impacta saúde mental de mulheres

    19 de mar de 2022 / em Temas Gerais / por Administrador
    Pesquisa conduzida por especialistas da Fiocruz Minas aponta que mulheres sofrem danos como depressão, fobias, transtorno alimentar e dificuldades de se relacionar socialmente. A divulgação de imagens íntimas sem autorização afeta a saúde mental de mulheres em todo o mundo. No Brasil, divulgar cena de sexo, nudez ou pornografia sem o consentimento da vítima é crime previsto no Código de Processo Penal.Uma pesquisa conduzida por especialistas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz Minas) aponta que mulheres que tiveram imagens íntimas divulgadas sem autorização sofrem impactos como automutilação, depressão, fobias, ideações e tentativas de suicídio, transtorno alimentar, alcoolismo, dificuldades de se relacionar socialmente e problemas de autoestima.A análise realizada pelo Grupo de Violência, Gênero e Saúde da Fiocruz Minas avaliou os danos à saúde das mulheres que sofreram esse tipo de violência e como se dão os cuidados em saúde necessários nessas situações. O estudo é fruto da tese de doutorado de Laís Barbosa Patrocínio, sob orientação da pesquisadora Paula Bevilacqua. Para a análise, as pesquisadoras fizeram entrevistas com 17 mulheres, com idades entre 18 e 62 anos, que tiveram imagens divulgadas sem autorização e com dez profissionais de saúde e de assistência social que prestaram atendimento. Entre as vítimas de situação de violência, o intervalo de idade foi de 17 a 50 anos.O estudo abrange 18 cidades de seis estados brasileiros, sendo capitais, cidades litorâneas, do interior e região metropolitana, de pequeno, médio e grande portes. Os depoimentos foram obtidos durante o segundo semestre de 2020.“A pesquisa coincidiu com o primeiro ano da pandemia, o que trouxe vários complicadores. Foi preciso fazer todas as entrevistas por vídeo, por meio de plataforma digital. O lado positivo disso foi a possibilidade de conseguir uma diversidade territorial, com participantes de várias localidades, e também de classe e étnico-racial”, explica Laís, em comunicado.As mulheres vítimas da violência narraram como foram produzidas e divulgadas as imagens íntimas, a forma como o episódio impactou suas vidas e se buscaram apoio. As profissionais da saúde e da assistência social relataram os casos atendidos, os cuidados oferecidos e os desafios na atenção a essa situação de violência.Diferentes tipos de exposiçãoDe acordo com a pesquisa, a forma como as mulheres são expostas varia. Foram identificadas diferentes possibilidades nos processos de produção, obtenção e divulgação das imagens. Enquanto algumas mulheres produziram o conteúdo, outras foram registradas sem o conhecimento.Em relação à exposição, a pesquisa aponta que as motivações envolvem afirmação da masculinidade do homem que comete o crime, controle e condenação da sexualidade das mulheres, além de vingança, comercialização e extorsão.Em outros casos, as imagens não se referem à sexualidade das mulheres. Algumas foram expostas em momentos sob efeito de álcool ou em brigas com parceiro. “Isso revela uma vigilância não apenas da sexualidade feminina, mas também de outros comportamentos. A exposição é também de momentos de descontrole da pessoa, demonstrando uma necessidade de manter o comportamento feminino sob controle o tempo todo”, diz a pesquisadora.Danos para a saúde mentalOs impactos da exposição para a saúde mental das mulheres são diversos. Segundo o estudo, os danos incluem abalos na autoestima, tentativas de tirar a própria vida, além de agravos para fragilidades já existentes.“É o caso de distúrbios alimentares e estados depressivos; quem já tinha predisposições desenvolveu. Outra consequência importante é o sentimento de culpa, relatado tanto pelas vítimas como pelos profissionais. É uma culpabilização externa que acaba virando interna e vai minando a autoestima”, afirma Laís.Segundo a especialista, o sentimento de culpa faz com que muitas mulheres deixem de procurar ajuda. “Além disso, o dano se dá sobretudo nas relações. Muitas das entrevistadas relataram que o que mais machuca não é a vergonha da exposição, mas o fato de não serem apoiadas por familiares e amigos”, diz.Entre os desafios no atendimento de vítimas da exposição íntima, a pesquisa identificou dificuldades de sintonia entre as instituições, ausência de conforto e privacidade na recepção e no atendimento e a necessidade de relatar o ocorrido a vários profissionais, além de julgamentos na assistência policial.A pesquisa também verificou como o tema tem sido tratado no contexto acadêmico a partir de uma revisão bibliográfica. Os achados apontam que há uma abordagem conservadora até mesmo nos artigos científicos.“Apenas 15% dos artigos sobre o vazamento de imagens íntimas classificam a situação como violência de gênero. Então, nosso estudo pretende a chamar a atenção também da própria academia para refletir sobre essa abordagem”, ressalta Laís. Ler artigo completo
  • Violência de gênero contra jornalistas soma 119 casos em 2021, diz estudo

    09 de mar de 2022 / em Temas Gerais / por Administrador
    Daniela Lima, âncora da CNN, é citada como a mais agredida; ataques são em sua maioria digitais e iniciados por autoridades do governo. Em 2021, foram registrados 119 ataques contra mulheres jornalistas e ataques de gênero envolvendo profissionais da imprensa. Na média, ocorreu um ataque do tipo a cada três dias.Os dados são do relatório “Violência de gênero contra jornalistas”, produzido pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), com apoio do Global Media Defense Fund da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Entre as jornalistas agredidas, o levantamento aponta que a âncora da CNN Daniela Lima foi a mais atingida.“Em apenas um ano, ela foi alvo de 8 ataques diferentes, relacionados a temas de política, segurança pública e economia e emprego. Em um único caso, Lima foi alvo de cinco agressores diferentes”, mostra o estudo. O levantamento, divulgado nesta terça-feira (8), Dia Internacional da Mulher, traz registros de ataques públicos contra “mulheres, cis e transgênero, meios de comunicação voltados para pautas feministas e agressões com características sexistas, homofóbicas, transfóbicas ou misóginas, classificadas como “ataques de gênero” e que podem vitimar homens e mulheres (cis ou trans) e pessoas não-binárias”.Entre os 119 casos, 38% foram classificados como ataques de gênero. Os alvos principais: a moral e reputação de jornalistas mulheres (32 casos) e ataques homofóbicos (8) e transfóbicos (1).Os dados revelam ainda dois casos de violência física contra mulheres jornalistas e dois ataques online motivados por cobertura jornalística relacionada a gênero.Além de Daniela Lima, o levantamento lista outras jornalistas brasileiras agredidas: Juliana Dal Piva, Mônica Bergamo, Patricia Campos Mello, Amanda Klein e Vera Magalhães.As agressões e os agressoresA pesquisa da Abraji revela ainda que, em 18% dos 119 casos, as vítimas foram atacadas por seu histórico profissional, por suas conexões (pessoais ou profissionais) ou por aquilo que representam para o jornalismo brasileiro, independentemente do tema das reportagens e da cobertura.Mas a maioria dos ataques (60%) foi motivada pela temática da cobertura jornalística, de política, e 52% dos agressores identificáveis foram agentes do Estado.No caso da cobertura sobre saúde, em 80% dos casos das agressões, de acordo com o relatório, “a hostilidade contra as jornalistas e comunicadores foi, sobretudo, inflamada por opositores das medidas de distanciamento social e controle da pandemia, pessoas antivacina e grupos que acusam a imprensa brasileira de conspirar contra o governo de Jair Bolsonaro”.Pesquisa: em 2021, foram registrados 119 ataques contra mulheres jornalistas ou ataques de gênero / Abraji/Voces del SurSegundo a pesquisa, 69% dos episódios de violência com mais de um agressor foram iniciados por autoridades do governo e funcionários vinculados aos poderes do Estado.“Em 52% dos casos com múltiplos agressores, constatou-se uma tendência de vinculação entre essas autoridades e redes de trolls na internet. Nesses casos, autoridades públicas iniciaram os ataques e redes organizadas ou semi-organizadas de usuários os amplificaram, reproduzindo os mesmos conteúdos ou muitas vezes os mesmos termos, gerando um efeito de empilhamento de mensagens abusivas”, diz trecho do relatório.O estudo detalha ainda que, em 68% dos 119 casos registrados, as agressões se originaram no meio digital. A maioria desses casos (93%) foi de ataques verbais para difamar e desacreditar a vítima, além de ameaças e restrições na internet.Os pesquisadores construíram uma nuvem de palavras com algumas das ofensas mais comuns: “vagabunda”, “puta”, “feia”, “velha”, “biscate”, “queima rosca” e “viado” foram alguns desses termos.Outras palavras que apareceram foram “loucas”, “mentirosas”, “fofoqueiras” e, com uma conotação mais ideológica, “militantes”, “jornazistas”, “comunistas” e “esquerdistas”.Nuvem de palavras mostra as principais ofensas direcionadas às jornalistas mulheres, segundo pesquisa / Abraji/Voces del SurAtaques pelas redes sociaisA metodologia do levantamento combina diferentes técnicas de coletas de dados por redes sociais e veículos de comunicação, além de transcrições de vídeos do Youtube.Entre as plataformas analisadas, o Twitter foi a plataforma digital mais usada para ataques contra jornalistas (66), seguido por Instagram, Facebook, YouTube e WhatsApp.SubnotificaçõesA Abraji monitora ataques a jornalistas no Brasil desde 2013 e alerta para o crescimento desses abusos ao longo dos anos. Entre 2020 e 2021, a associação registrou um aumento de 24,3% nos alertas de violações à liberdade de imprensa.A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo considera ainda que um dos principais desafios para esse tipo de levantamento é a subnotificação de casos, “provocada pelo estigma que pode acompanhar o ato de denunciar uma agressão”.Além da Abraji, o levantamento foi produzido em parceria com a rede Voces del Sur e conta com apoio do Instituto Patrícia Galvão; da associação Mulheres Jornalistas; da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), da empresa social Gênero e Número; do Comitê para a Proteção de Jornalistas (CPJ) e do Repórteres sem Fronteiras. Ler artigo completo
  • Ministério da Economia lança programa de crédito para mulheres empreendedoras

    08 de mar de 2022 / em Cidadania / por Administrador
    Iniciativa conta com três eixos principais de atuação: o desenvolvimento de mecanismos e do ambiente de negócios, educação empreendedora e transformação social. O Ministério da Economia lançou nesta terça-feira (8) a Estratégia de Empreendedorismo Feminino. A iniciativa inclui o programa “Brasil Pra Elas”, que investe em mais crédito dos bancos federais para as mulheres e na educação empreendedora. O projeto engloba consultorias, como a capacitação e qualificação, da rede nacional do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).Para implementar o programa, foram mobilizadas as áreas ligadas aos temas das mulheres e do empreendedorismo. Participam da iniciativa os ministérios da Economia; da Mulher, da Família dos Direitos Humanos; e da Cidadania, além do Sebrae e da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI). O Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal e o Banco da Amazônia (Basa) vão oferecer linhas de crédito especiais para micro e pequenas empresas. Além disso, haverá apoio de educação empreendedora do Sebrae para mulheres que começam a empreender ou desejam incrementar seus negócios próprios. O Banco do Nordeste (BNB) e o Basa atuarão no segmento de microcrédito.Para estimular mais empréstimos, serão utilizados os recursos do Fundo de Aval às Micro e Pequenas Empresas (Fampe), que dará garantia de 80% do valor emprestado, ofertando crédito assistido para empresas que possuam mulheres no seu quadro societário, buscando alcançar 100% desses empreendimentos.O programa conta com três eixos principais de atuação: o desenvolvimento de mecanismos e do ambiente de negócios, educação empreendedora e transformação social.A estratégia tem como objetivos ampliar o acesso à informação, ao crédito e às novas tecnologias; fomentar o desenvolvimento de competências técnicas e de gestão, além de questões socioemocionais e relacionais, e apoiar as mulheres que são beneficiárias de programas sociais, como o Auxílio Brasil. Ler artigo completo
  • Participação de mulheres no mercado de trabalho é 20% inferior à dos homens

    08 de mar de 2022 / em Business / por Administrador
    Segundo a FGV, 51,56% das mulheres estavam empregadas em 2021; entre os homens, o índice é de 71,64%. Uma pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV-IBRE) nesta terça-feira (8), Dia Internacional da Mulher, apontou que, desde 2012, a taxa de desemprego das mulheres é superior à dos homens.De acordo com o levantamento, o índice de desempregadas era de 16,45% em 2021, o equivalente a mais de 7,5 milhões de mulheres. No total, o índice médio anual de desemprego na economia foi de 13,20% em 2021, de acordo com o levantamento. O estudo foi feito com base em análise de dados da PNAD de 2021, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo a FGV, entre os anos de 2014 e 2019, a taxa de participação feminina no mercado de trabalho cresceu continuamente e atingiu 54,34% em 2019. Em 2020, com a pandemia, o índice recuou para 49,45% e ficou inferior ao início da série histórica, em 2012, que registrou 51,58%. Em 2021, houve uma leve melhora para 51,56%. Os números são, ao menos, 20% inferiores aos dos homens.Em 2012, eles tinham 74,51% de participação. Em 2020, esse índice era de 69,78% e aumentou para 71,64% em 2021.De acordo com a pesquisadora Janaina Feijó, o objetivo do estudo foi expor a disparidade de gênero que ocorre “a partir de fatos históricos” e que ainda persiste no mercado de trabalho.Ela também chamou atenção para os números mostrados durante a pandemia, que interrompeu o processo de melhoria da inserção feminina e fez com que a taxa recuasse para patamares equivalentes aos reportados em 2012.“Estamos em uma situação um pouco inferior a de dez anos atrás. Todos foram afetados com o isolamento social da pandemia, mas as mulheres foram muito mais”, explica.“Desde 2014, com a crise, a taxa de desemprego chegou aos dois dígitos, número que nunca tinha sido alcançado antes. Os indicadores só começaram a melhorar para as mulheres porque as taxas de desemprego dos homens aumentaram.”O estudo mostra que a taxa de desemprego por nível educacional é ainda mais alarmante. Em 2012, para as mulheres que tem o ensino médio completo, o número era de 10,97% e, dos homens, 6,34%. Em 2021, esse número saltou para 19,04% e 11,63%, respectivamente.Janaina explicou que o nível de escolaridade é um fator que contribui para que tenha diferença entre os gêneros no ambiente de trabalho.“As mulheres têm sido realocadas e, geralmente, vão para lugares que não ganham muito. A pandemia, inclusive, acelerou esse processo. As novas regras no ambiente de trabalho requerem mais qualificação de quem for empregado e a maior parte das mulheres não tem um nível de escolaridade tão alta como os homens”, ressalta.“Então eles acabam tendo mais atributos produtivos que a maior parte do mercado deseja.”A pesquisa também fez um ranking das profissões que têm salários mais altos e a porcentagem de homens e mulheres inseridos em cada uma delas. As mulheres se destacam apenas no primeiro lugar no ranking.Entre os médicos, elas representam 51,1% e o salário médio é de R$ 16.341. Em segundo lugar, vêm os diretores e gerentes gerais. Apenas 23% são mulheres. A média de salário é de R$ 15.968.Entre os oficiais das Forças Armadas, terceiro lugar no ranking, apenas 18,3% são do sexo feminino. A média de salário é de R$ 12.657. Entre os técnicos e controladores da navegação marítima e aeronáutica, décimo lugar no ranking, apenas 1,2% são mulheres. O salário médio é de R$ 9 mil.*Sob supervisão de Helena Vieira. Ler artigo completo
  • Efeitos sociais e econômicos da pandemia ameaçam progresso da igualdade de gênero

    02 de mar de 2022 / em Desigualdade / por Administrador
    Pesquisa aponta que mulheres tiveram taxas mais altas de perda de emprego, abandono escolar e relatos de aumento da violência. Mulheres sofreram impactos sociais e econômicos negativos em maior medida do que os homens, devido à pandemia de Covid-19. É o que revela um estudo publicado no periódico The Lancet nesta quarta-feira (2).A pesquisa aponta que as mulheres tiveram taxas mais altas de perda de emprego (26% das mulheres em comparação com 20% dos homens), abandono escolar (mulheres foram 1,21 vezes mais propensas a deixar o ensino) e aumento da violência com base na percepção de gênero (mulheres foram 1,23 vezes mais propensas a relatar um aumento do que os homens).Os dados consideram o período até setembro de 2021, como resultado indireto da pandemia de Covid-19.Pesquisas sobre crises econômicas e de saúde pública anteriores mostraram que os efeitos socioeconômicos sobre as mulheres geralmente persistem por um tempo maior. Os autores do estudo enfatizam a necessidade de intervenções com o objetivo de evitar recuos em direção à igualdade de gênero. A maioria dos estudos de disparidade de gênero disponíveis se concentrou nos impactos diretos na saúde causados pela pandemia. Os achados indicam que, em todo o mundo, os homens têm taxas mais altas de incidência, hospitalização e morte pela doença.No entanto, poucos estudos avaliaram como as desigualdades de gênero foram afetadas pelos efeitos indiretos da pandemia à saúde, questões sociais e econômicas de forma sistemática e detalhada.Neste estudo, os pesquisadores analisaram conjuntos de dados disponíveis publicamente de 193 países usando pesquisas realizadas de março de 2020 a setembro de 2021, que relataram questões de saúde e bem-estar durante a pandemia.As desigualdades de gênero foram analisadas em cinco categorias: preocupações econômicas e relacionadas ao trabalho, educação, segurança em casa e na comunidade, hesitação e aceitação de vacinas e serviços de saúde.“Este estudo fornece a primeira evidência global abrangente sobre disparidades de gênero para uma ampla gama de indicadores relacionados à saúde, sociais e econômicos durante a pandemia. As evidências sugerem que a Covid-19 tende a exacerbar as disparidades sociais e econômicas existentes, em vez de criar novas desigualdades”, diz a autora do estudo, Emmanuela Gakidou, em um comunicado.A pesquisadora defende ações imediatas para reverter as disparidades atuais e fechar as lacunas presentes antes mesmo do início da pandemia.“A sociedade está em um momento crucial em que o investimento no empoderamento de mulheres e meninas é extremamente necessário para garantir que o progresso em direção à igualdade de gênero não seja interrompido ou revertido por causa da pandemia de Covid-19. Não podemos deixar que as consequências sociais e econômicas da pandemia continuem na era pós-Covid”, disse.Taxas mais altas de desemprego entre as mulheresEm todas as regiões, as mulheres tiveram taxas mais altas de perda de emprego do que os homens desde o início da pandemia, embora essa tendência tenha diminuído ao longo do tempo.Em setembro de 2021, 26% das mulheres e 20% dos homens relataram perda de emprego durante a pandemia. A perda de renda também foi prevalente a nível global, sendo relatada por 58% dos entrevistados com taxas gerais semelhantes para homens e mulheres (embora as diferenças de gênero variassem entre as regiões).“Os impactos econômicos afetaram mais as mulheres do que os homens em alguns países, porque elas tendem a ser empregadas desproporcionalmente em setores mais atingidos pela Covid-19, como a indústria hoteleira ou como trabalhadoras domésticas”, diz Luisa Flor, da Universidade de Washington, coautora do estudo.“Grupos étnicos minoritários, imigrantes e mulheres em situação de pobreza provavelmente estão entre os mais gravemente afetados pela pandemia. Além disso, as normas sociais de gênero em muitos países atribuem responsabilidades domésticas e de cuidado aos filhos preferencialmente às mulheres e reduzem seu tempo e capacidade de se envolver em trabalho remunerado”, completa.Mulheres em todas as regiões estiveram mais propensas do que os homens a relatar a renúncia ao emprego remunerado para cuidar de outras pessoas. Neste caso, a disparidade foi aumentando ao longo do tempo – em março de 2020, a proporção entre mulheres e homens era de 1,8, mas em setembro de 2021 aumentou para quase 2,4.Mais da metade dos entrevistados relatou um aumento na carga de trabalho não remunerado, como trabalho doméstico e cuidar de outras pessoas durante a pandemia. Segundo o estudo, as mulheres foram significativamente mais propensas a relatar esses aumento de funções em todas as regiões, exceto no Norte da África e no Oriente Médio.As maiores diferenças de gênero foram observadas em países de alta renda, indicando que mulheres foram 1,10 vezes mais propensas a cuidar de outras pessoas, e na Europa Central e Oriental e na Ásia Central, onde as mulheres eram 1,22 vezes mais propensas a informar aumento no trabalho doméstico.EducaçãoO estudo apontou que as lacunas educacionais também aumentaram para mulheres e meninas. O levantamento realizado a partir de entrevista, geralmente com os pais, mostrou que, globalmente, 6% dos alunos abandonaram a escola durante a pandemia, sem incluir ausência devido ao fechamento da escola durante as restrições.A nível global, mulheres e meninas foram 1,21 vezes mais propensas a abandonar a escola do que homens e meninos. As maiores diferenças de gênero foram observadas na Europa Central e Oriental e na Ásia Central, onde quatro vezes mais mulheres do que homens abandonaram o ensino.Entre os alunos que continuaram os estudos online, apenas 50% dos entrevistados relataram ter acesso adequado às tecnologias de aprendizagem digital. No mundo, mulheres e meninas aprendizes tinham 1,11 vezes mais probabilidade de relatar um bom acesso do que os alunos do sexo masculino.ViolênciaNo geral, 54% das mulheres e 44% dos homens relataram que perceberam que a violência de gênero aumentou em sua comunidade durante a pandemia. As taxas mais altas foram relatadas por mulheres na América Latina e no Caribe (62%), países de alta renda (60%) e África Subsaariana (57%).Mulheres e homens foram igualmente propensos a relatar insegurança em casa (34% dos entrevistados, do sexo masculino e feminino) em resultados descritivos. No entanto, em níveis regionais, foram observadas lacunas mais amplas.“Embora haja várias indicações de que a Covid-19 tenha potencialmente exacerbado os níveis de violência de gênero e reduzido o acesso a redes de apoio para aqueles que sofrem violência, vale a pena enfatizar que os desafios para lidar com a violência de gênero e a prestação de serviços inadequada são muito anteriores à crise atual”, diz Luisa.Hesitação com vacina e acesso aos serviços de saúdeNo estudo, os pesquisadores não identificaram diferenças significativas na hesitação à vacina contra a Covid-19 relatada entre homens e mulheres em todo o mundo, embora existissem variações regionais, particularmente entre países de alta e baixa renda.Um padrão semelhante foi observado para os relatos de interrupções nos cuidados preventivos e barreiras de acesso aos medicamentos. Em ambos os casos, indivíduos residentes em áreas urbanas, idosos e com alto nível de escolaridade relataram menos barreiras impostas pela Covid-19.No geral, os impactos indiretos da pandemia variaram entre as diferentes regiões. A África Subsaariana destacou-se como a região com as diferenças mais pronunciadas em relação aos índices globais, sugerindo impactos desproporcionais.Nas regiões de alta renda, os efeitos menos nocivos da Covid-19 foram observados nas cinco categorias do estudo, com as percepções de aumento da violência de gênero sendo a exceção notável.Os autores reconhecem algumas limitações do estudo, como os dados disponíveis publicamente para vários aspectos de saúde e bem-estar. A cobertura geográfica foi maior no Norte da África e Oriente Médio e Sul da Ásia, e menor no Sudeste Asiático, Leste Asiático e Oceania. Além disso, as informações estavam mais prontamente disponíveis para os impactos relacionados ao trabalho e aos indicadores relacionados à vacina.Parte da coleta de dados contou com pesquisas de opinião por meio de aplicativos para smartphones e plataformas online, excluindo aqueles sem acesso à tecnologia. Devido à escassez de dados, os pesquisadores não conseguiram explorar mais a interseção de gênero e outras categorias conhecidas por serem desproporcionalmente impactadas pela pandemia, incluindo raça, status socioeconômico e de migração. Ler artigo completo
  • Exclusão escolar no Brasil atinge mais as meninas, diz pesquisa do Fundo Malala

    24 de fev de 2022 / em Desigualdade / por Administrador
    À CNN, a doutora em educação e integrante do Malala Fund no Brasil, Cleo Manhas, disse que meninas assumiram mais responsabilidades no período da pandemia. Um estudo do Fundo Malala apontou que a taxa de exclusão escolar no Brasil aumentou de forma drástica desde o início da pandemia de Covid-19.Em entrevista à CNN, a doutora em educação e integrante da Rede de Ativistas pela Educação do Malala Fund no Brasil, Cleo Manhas, avaliou que a desigualdade se acentuou durante esse período. “Somos 11 ativistas de diferentes organizações que compõem o Malala Fund e constatamos que recaem maiores responsabilidades sobre as meninas”, afirmou. Entre elas, por exemplo, estão as atividades domésticas e mesmo fora de casa. “Aliado a isso, problemas de acesso à internet fizeram com que elas perdessem muitas aulas e acabaram desistindo da escola”.A especialista analisou que não há um plano de ação do Ministério da Educação “para busca ativa de quem não retornou às aulas”: “Temos uma realidade complicada e difícil de ser mapeada porque soubemos agora nos últimos dias que há falta de acesso aos dados do censo escolar”.Cleo defende a adoção de um plano de ação nacional e mais investimento em recursos orçamentários e de infraestrutura para as escolas, com o objetivo de minimizar os efeitos da pandemia.“A realidade das escolas públicas é de que são superlotadas e sem infraestrutura para receber alunos durante a pandemia e resolver questões aprofundadas”, disse. “O peso da responsabilidade recai de diferentes formas entre meninas e meninos, sobram funções de cuidado às meninas, como de irmãos menores, cuidar da casa, são elas as mais vulneráveis à gravidez na adolescência, recai com mais força sobre meninas e negras, nossas desigualdades se aprofundaram”, completou. Ler artigo completo
  • Uma a cada quatro mulheres no mundo sofreu violência por parceiro, diz estudo

    17 de fev de 2022 / em Violência / por Administrador
    Estimativas de um banco de dados global de pesquisas realizadas entre 2000 e 2018 indicam que 27% das mulheres de 15 a 49 anos sofreram violência física ou sexual por parceiro.Uma em cada quatro mulheres sofreu violência doméstica ao longo da vida. O índice preocupante é de um estudo publicado no periódico científico The Lancet nesta quarta-feira (16).As novas estimativas, que consideram dados até 2018, antes da pandemia de Covid-19, indicam que 27% das mulheres de 15 a 49 anos, que já tiveram um relacionamento, sofreram violência física ou sexual de um parceiro íntimo durante a vida. Sendo que um em cada sete (13%) casos de violência por parceiro ocorreu nos últimos 12 meses da pesquisa.Os pesquisadores utilizaram informações do banco de dados global da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre a Prevalência da Violência Contra as Mulheres, que abrange 90% das mulheres em todo o mundo. A pesquisadora Claudia García-Moreno, da OMS, autora principal do estudo, alerta que os fatores associados à violência contra a mulher se agravaram durante a pandemia. Ela destaca que a violência entre parceiros íntimos afeta a vida de milhões de mulheres, crianças e famílias em todo o mundo.“Embora este estudo tenha ocorrido antes da pandemia de Covid-19, os números são alarmantes e pesquisas mostraram que a pandemia agravou questões que levam à violência por parceiro íntimo, como isolamento, depressão e ansiedade e uso de álcool, além de reduzir o acesso a serviços de apoio. Impedir que a violência entre parceiros íntimos aconteça em primeiro lugar é vital e urgente”, disse Claudia, em um comunicado.Impacto global da violência contra a mulherA violência por parceiro íntimo de mulheres que já estiveram em um relacionamento (como mulheres que são ou foram casadas, coabitam ou têm um parceiro sexual de longo prazo) refere-se a comportamentos físicos, sexuais e psicologicamente prejudiciais no contexto do casamento, coabitação, ou qualquer outra forma de união.O estudo destaca que a agressão pode ter grandes impactos de curto e longo prazo nas saúdes física e mental da vítima, levando a custos sociais e econômicos substanciais para governos, comunidades e indivíduos.A Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU) para o Desenvolvimento Sustentável pede pelo fim da violência contra as mulheres em seus Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.Na análise, os pesquisadores fornecem estimativas de base para a violência praticada por parceiros íntimos contra mulheres nos níveis global, regional e nacional. Além de contribuir para a formulação de políticas públicas e programas de prevenção, o estudo também tem com o objetivo ajudar os governos no monitoramento do progresso em direção a essa meta da ONU.PanoramaAs primeiras estimativas globais e regionais sobre a prevalência de violência física ou sexual por parceiro íntimo e violência sexual por não parceiro foram publicadas pela OMS em 2013, considerando dados de pesquisas existentes até 2010.À época, foi constatado que uma em cada três mulheres sofria violência física ou sexual dentro ou fora dos relacionamentos. Quase uma em cada três (30%) das mulheres sofreu esse tipo de violência apenas por parte dos parceiros.No estudo publicado na Lancet, foram utilizadas pesquisas de base populacional, com uma melhor qualidade de dados e métodos atualizados para fornecer as estimativas atuais de prevalência desse tipo de violência em todo o mundo até o ano de 2018, período pré-pandemia.Os achados apontam que uma em cada quatro mulheres que já viveram um relacionamento sofreram violência exclusivamente dos parceiros. O estudo estimou apenas que as violências física e sexual e o trabalho em andamento pela OMS para fortalecer as medidas de denúncia de comportamentos psicológicos prejudiciais por parte dos parceiros.A análise indica que os governos não estão alinhados para cumprir as metas de erradicação da violência contra as mulheres. “Embora tenha havido progresso nos últimos 20 anos, ainda é grosseiramente insuficiente para atingir a meta dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável de eliminar a violência contra as mulheres até 2030”, diz Claudia.Os dados usados na pesquisa, coletados do Banco de Dados Global da OMS, incluem mais de 300 pesquisas e estudos realizados entre 2000 e 2018. O conjunto de informações abrange 161 países e áreas, representando 2 milhões de mulheres com 15 anos ou mais e cerca de 90% da população global de mulheres e meninas.A análise estatística permitiu estimar a prevalência de violência por parceiro íntimo em diferentes faixas etárias, regiões e faixas de tempo a serem calculadas. Globalmente, estima-se que 27% ou aproximadamente uma em cada quatro mulheres com idades entre 15 e 49 anos já sofreram violência por parceiro íntimo pelo menos uma vez na vida desde os 15 anos.As estimativas sugerem que, em 2018, até 492 milhões de mulheres de 15 a 49 anos sofreram violência por parceiro íntimo, considerando o período de 12 últimos meses do estudo – o que equivale a 13% ou uma em cada sete mulheres.No entanto, os pesquisadores alertam que a prevalência de violência pode ser ainda maior, devido às limitações do estudo, realizado com base em experiências relatadas pelas próprias mulheres. A natureza sensível e o estigma da questão pode ajudar a encobrir uma série de casos.O estudo também chama a atenção para os altos níveis de violência por parceiro vivenciada por meninas adolescentes e jovens. Na grupo de mulheres mais jovens, de 15 a 19 anos), estima-se que 24% ou quase uma em cada quatro sofreram violência por parceiro íntimo.A prevalência de violência recente por parceiro íntimo foi mais alta entre meninas adolescentes e mulheres jovens de 15 a 19 e de 20 a 24 anos, com 16% ou uma em cada seis vítimas de violência por parceiro em 2018, também considerando os últimos 12 meses do levantamento.“O alto número de mulheres jovens que sofrem violência por parceiro íntimo é alarmante, pois a adolescência e o início da vida adulta são fases importantes da vida, quando são construídas as bases para relacionamentos saudáveis. A violência que essas jovens sofrem tem impactos duradouros em sua saúde e bem-estar”, afirma a pesquisadora Lynnmarie Sardinha, da OMS.Lynnmarie defende a criação e o investimento em intervenções comunitárias e escolares como reforço para a prevenção à violência.Distribuição regionalNo estudo, variações regionais apontaram que a prevalência de violência por parceiro íntimo entre mulheres de 15 a 49 anos foi mais alta na Oceania (49%) e na África Subsaariana Central (44%). As regiões com as menores estimativas foram a Ásia Central (18%) e a Europa Central (16%).“Essas descobertas confirmam que a violência contra as mulheres por parceiros íntimos masculinos continua sendo um desafio global de saúde pública. Os governos não estão no caminho certo para cumprir as metas de erradicação da violência contra as mulheres até 2030″, afirma Claudia.Os autores pedem investimentos urgentes em intervenções em diversos setores da sociedade e uma resposta de saúde pública fortalecida para enfrentar o problema, especialmente no contexto da pandemia. Ler artigo completo
  • Prevenção ao câncer de útero é negligenciada por 70% das brasileiras, diz fundação

    03 de fev de 2022 / em Temas Gerais / por Administrador
    Apesar dos baixos índices de prevenção, os exames são disponibilizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS).Sete em cada dez brasileiras negligenciam as práticas necessárias para a prevenção contra o câncer do colo do útero. É o que aponta um levantamento inédito feito pela Fundação do Câncer, divulgado nesta quinta-feira (3), coordenado pela União Internacional para o Controle do Câncer (UICC).A doença é responsável pela morte de mais de seis mil mulheres por ano no Brasil. No mundo, anualmente, são 331 mil vítimas. O Dia Mundial do Câncer é celebrado nesta sexta-feira (4). A análise da fundação mostra que 45% das entrevistadas no Brasil achavam “desnecessário” o teste para a detecção de HPV, maior causador do câncer de útero. Outras 15% falam que “não foram orientadas” sobre os procedimentos, enquanto 13% relataram sentir vergonha de realizar o exame. Ao todo, foram ouvidas 54.617 mulheres, entre 14 e 83 anos.“Nós trabalhamos com três etapas em relação aos procedimentos preventivos do câncer. O primeiro é o conhecimento. As pessoas precisam conhecer os tratamentos necessários. Em segundo lugar, essa população precisa entender que as práticas são importantes para a saúde. Por fim, as mulheres precisam fazer os exames necessários”, disse a médica da Fundação do Câncer, Flávia de Miranda Correia, à CNN.Os exames preventivos contra o câncer de útero e a vacinação contra HPV são disponibilizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Apesar disso, somente 57% das meninas brasileiras estão totalmente imunizadas. Para o diretor-executivo da Fundação do Câncer, Luiz Augusto Maltoni, o resultado está diretamente ligado à desinformação.“É algo inaceitável, já que a vacina e o exame preventivo, que ajudam a evitar a doença, estão disponíveis gratuitamente no SUS. Isso mostra uma desigualdade extrema e injusta, que está ligada à desinformação no país. Nossa ideia com esse levantamento é mostrar que políticas preventivas podem mitigar o cenário de adoecimento e morte, especialmente quando já existem alternativas eficazes para prevenção”, afirma Maltoni. Ler artigo completo
  • Empresas abrem mais espaço para inclusão de mulheres

    27 de jan de 2022 / em Inclusão / por Administrador
    Público feminino lidera 31% dos conselhos de companhias globais, revela o Gender Equality Index.De acordo com o Gender Equality Index, o índice que mede a igualdade de gênero em empresas, divulgado anualmente pela Bloomberg, as corporações têm investido na promoção da diversidade e da inclusão no ambiente de trabalho.Das 418 organizações participantes, de 45 países diferentes, 72% têm diretoria específica para tratar do tema, e as mulheres ocupam cargos de direção em um terço delas. “Hoje, no GPA, a gente tem 53% de mulheres dentro da nossa demografia geral e 37% estão em cargos de liderança, o que é um orgulho pra gente muito grande”, afirma Mirella Gomiero, diretora executiva de RH, tecnologia e sustentabilidade do GPA. “Hoje, a nossa meta é chegar a 40% de mulheres até 2025”, conclui Mirella.A pesquisa também mostra que, em 83% das empresas, os esforços para garantir a igualdade de gênero começam logo na contratação. Em 66% delas, são adotadas estratégias posteriores, como uma análise da remuneração que é paga às mulheres.Ainda conforme o levantamento, 75% oferecem benefícios como uma sala de lactação para que mães recentes possam amamentar seus filhos e 59% também pagam auxílio-creche. A TIM, empresa de telefonia, também fez parte do estudo e revisou as políticas de inclusão recentemente. Cursos, palestras e treinamentos para as funcionárias são rotina.“O desejo da gente é que um dia não se fale mais de politica de diversidade e inclusão porque chegará um dia que essa causa fará parte do DNA da empresa e da sociedade”, afirma a vice-presidente da TIM Brasil, Maria Antonietta Russo.Em pouco mais de seis meses, o reconhecimento veio na forma de três prêmios internacionais pela política de igualdade de gênero da empresa. Ler artigo completo
  • 65,7% das mulheres com câncer de mama esperam mais de 60 dias por tratamento no SUS

    15 de dez de 2021 / em Saúde / por Administrador
    Estudo da Fundação do Câncer mostra também uma desigualdade no acesso a saúde: menos da metade das pacientes vindas da rede privada de saúde atrasam o início do tratamento. Uma pesquisa da Fundação do Câncer mostra que 65,7% das mulheres com diagnóstico de câncer de mama, sem plano de saúde, demoram mais de 60 dias para iniciar o tratamento da doença, tempo limite indicado por especialistas. Já entre as pacientes com convenio médico, o levantamento revelou que 48% delas demoram mais que o tempo recomendado para início do tratamento.A escolaridade dessas mulheres também revela uma desigualdade no acesso à saúde. Segundo o estudo, 51,4% das mulheres encaminhadas pelo Sistema único de Saúde (SUS), não têm o ensino fundamental completo. Já entre as pacientes de origem da rede privada de saúde, esse índice é de apenas 29,9%. O epidemiologista e consultor da Fundação do Câncer, Alfredo Scaff, explica que existem alguns exames a serem feitos após o diagnóstico da doença. Esses procedimentos têm uma grande demanda do sistema público de saúde, o que prolonga a espera.“Muitas vezes a mulher, quando alcança o tratamento no SUS, novos exames são solicitados, como a mamografia e a biópsia e há um grande número de pessoas na fila para fazer esses exames. De modo que o processo de acesso ao tratamento não é oportuno, e como consequência provável a sobrevida das pacientes de origem SUS deverá ser menor. Quando a origem é o via plano de saúde ou particular, o diagnóstico acaba sendo mais rápido. É a iniquidade que perdura”, situa Alfredo Scaff.O estudo da Fundação analisou também o estágio da doença, no momento em que as mulheres dão entrada para iniciar o tratamento. O levantamento considerou a seguinte classificação: zero representa o estágio menos avançado e IV o mais avançado da doença.Segundo a pesquisa, 19,8% das pacientes originadas do SUS chegam em estágios iniciais (0 e I) do câncer de mama, contra 31,9% das originárias de planos de saúde ou particulares. Segundo os especialistas, o ideal é que a maioria dos casos cheguem em estágios precoces.“O que fica claro aqui para se fazer uma leitura mais precisa, é que o tempo entre a suspeita diagnóstica e o início do tratamento é crucial e tem relação com o agravamento da doença e, consequentemente, com o tratamento necessário. Quanto maior o tempo, mais agressivo será o tratamento; câncer é uma doença tempo-dependente”, salienta Alfredo Scaff. Ler artigo completo

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